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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Le Monde: Confronto se aproxima de Aleppo com aproximação do exército sírio

Primeiros tanques sírios começam a chegar em Allepo no dia 24/07
Uma tensa Aleppo se preparava para a tempestade na quarta-feira (25), com tanto o governo sírio quanto os insurgentes enviando reforços para a cidade, a capital comercial da Síria, para a batalha por meia dúzia de bairros onde os combatentes rebeldes tentaram assegurar o controle.

Combates esporádicos ocorreram ao longo do dia, com os rebeldes alegando ter atacado e incendiado várias delegacias de polícia nesses bairros. Helicópteros do governo circulavam, disseram moradores, salpicando os bairros com fogo de metralhadora e um ocasional foguete, enquanto tropas em solo disparavam ocasionalmente um morteiro.

Não foram informados combates sérios. Mas todos os sinais indicam que um se aproxima. Após a retirada de todas as forças de segurança visíveis, até mesmo a polícia de trânsito, tropas do exército sírio trazidas em caminhões ou ônibus repentinamente se posicionaram em torno da cidadela histórica do século 13.

Outros milhares estavam a caminho, segundo combatentes rebeldes e ativistas.

“As pessoas sabem que haverá um caos, combates, bombardeio, de modo que as pessoas estão com medo”, disse um ativista contatado via Skype. “Elas estocaram produtos enlatados e não estão saindo de casa.”

Não havia transporte público, nenhuma padaria aberta e os hospitais já estavam emitindo apelos por doações de sangue, ele disse.

“Nós tememos a retaliação do governo –que Deus nos ajude”, disse Ahmad, um morador do bairro de Salaheddiin, no sudeste, uma das primeiras áreas tomadas pelos insurgentes no fim de semana. Tantos vieram do interior que às vezes acabavam lutando uns contra os outros pelo controle de ruas individuais, disseram os moradores.

As pessoas fugiram dos bairros controlados pelos soldados rebeldes, imaginando que eles seriam atacados pelas forças do governo, seguindo o mesmo padrão de uma cidade síria atrás da outra ao longo dos 17 meses de levante. Mas alguns homens permaneceram para proteger suas propriedades de saqueadores.

Moradores dos bairros da periferia disseram que refugiados do centro da cidade ocuparam parques e escolas. Muitos deles estão fugindo pela segunda vez, após terem chegado a Aleppo oriundos de cidades centrais como Homs e Hama, onde o governo começou a atacar meses atrás.

Tanques e tropas posicionados na província próxima de Idlib começaram a avançar para leste, para Aleppo, depois da suhur, a refeição matinal feita pouco antes do nascer do sol durante o período de um mês do Ramadã, disseram combatentes e ativistas.

Uma coluna com aproximadamente 23 veículos blindados transportando soldados e munição saída de Jabel az Zawiya, uma fortaleza rebelde no sul de Idlib, foi atacada por combatentes locais, segundo um ativista local na Turquia, que disse estar em contato com os insurgentes. Aproximadamente um terço dos veículos foi destruído, mas os demais prosseguiram para Aleppo, ele disse.

Alguns rebeldes contatados pelo Skype disseram que também estão indo para Aleppo, antecipando um grande confronto.


Os combatentes em Idlib disseram estar se preparando para explorar a repentina ausência das forças do governo para transformar sua área em uma zona mais independente do que conseguiram no passado.

Nidal Qarra Mohammed, um membro do conselho revolucionário na província de Idlib, disse que comandantes de todas as várias facções militares pretendiam se encontrar em uma cidade próxima da fronteira turca para declarar seu esforço conjunto de tornar Idlib uma zona segura, livre do controle do governo. Ele disse que o grupo inclui 20 mil combatentes e 100 oficiais, mas não havia como confirmar independentemente esses números.

Mohammed disse que alguns combatentes partiram de Idlib para Aleppo, após verem os soldados do exército sírio levantarem acampamento e seguirem para lá. Ele disse que eles também receberam telefonemas pedindo para os combatentes seguirem para Damasco.

“Por que não?”, ele disse. “O problema é a falta de munição, mas temos combatentes suficientes.”

Além de Aleppo, foram relatados confrontos em várias cidades importantes, incluindo Damasco e Rastan, um enclave insurgente perto de Homs.

Em uma coletiva de imprensa, Hervé Ladsous, o chefe das operações globais de força de paz da ONU, disse que metade dos 300 monitores enviados em maio foi mandada de volta para casa, já que a missão de monitoramento agora mudou para uma política, tentando iniciar negociações entre os dois lados. Seu mandato termina em 27 dias.

Os novos combates na Síria começaram enquanto a Turquia fechava sua fronteira para comércio com a Síria, um sinal adicional de inimizade entre os países vizinhos, cujos líderes antes eram amigos estreitos. A decisão da Turquia não afetou sua política de aceitar refugiados sírios, milhares dos quais fugiram do caos em busca de refúgio do outro lado da fronteira desde o início do conflito em março de 2011.

Também na quarta-feira, outro embaixador sírio em um país vizinho do Oriente Médio anunciou sua deserção, o terceiro a fazê-lo nas últimas duas semanas. A renúncia de Abdel Latif Dabbagh, o representante sírio nos Emirados Árabes Unidos, não foi totalmente inesperada. Ele é casado com Lamia al Hariri, a embaixadora síria em Chipre, que desertou um dia antes, disse Mohammed Sarmini, um porta-voz do Conselho Nacional Sírio, o principal grupo de oposição no exílio. O embaixador sírio no Iraque, Nawaf Fares, anunciou sua deserção em 11 de julho.

Dalal Mawad e Hwaida Saad contribuíram com reportagem.

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