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terça-feira, 31 de julho de 2012

Romney recebe apoio de israelenses durante caminhada por Jerusalém


Mitt Romney discursa em Jerusalém

Mitt Romney disse no domingo que impedir o Irã de obter capacidades nucleares seria sua “maior prioridade de segurança nacional” se eleito presidente, em um discurso que enfatizou os valores e interesses compartilhados que ele vê entre Israel e Estados Unidos, mas oferecendo poucos detalhes específicos sobre as políticas que adotaria para isso.

“Nós temos o dever solene e um imperativo moral de negar aos líderes do Irã os meios para atingirem suas intenções malignas”, disse Romney, o candidato presidencial republicano, para um público de cerca de 300 pessoas, incluindo um grande contingente de doadores americanos que vieram a Jerusalém para ouvir o discurso. “Nós não podemos nos iludir em pensar que contenção é uma opção.”

Diferentemente do governo Obama, que geralmente fala sobre impedir o Irã de obter uma arma nuclear, Romney repetiu o discurso dos líderes de Israel, que falam em bloquear Teerã de até mesmo ter capacidade de desenvolver uma. Seu principal assessor de política externa, Dan Senor, também foi além das declarações de Obama de que todas as opções devem permanecer na mesa e que Israel tem o direito de se defender, sugerindo que Romney está pronto para apoiar um ataque militar unilateral por Israel.

“Se Israel agir por conta própria”, disse Senor antes do discurso, “o governador respeitaria essa decisão”.

A campanha, no meio de uma visita de sete dias ao exterior que teve início em Londres e prosseguiu na segunda-feira na Polônia, pareceu ao longo de todo o dia ter dificuldade com a diplomacia delicada exigida de um candidato no exterior. Após a publicação dos comentários de Senor, ele emitiu uma declaração dizendo que não mencionou uma ação unilateral e posteriormente disse que não estava necessariamente se referindo a um ataque militar. O próprio Romney manteve sua promessa de não criticar o presidente Barack Obama em solo estrangeiro, apesar de seu discurso ter incluído um ataque vago aos democratas.

“Nós não podemos permanecer em silêncio enquanto aqueles que buscam minar Israel expressam suas críticas”, disse ele. “E certamente não devemos nos juntar a essas críticas. O distanciamento diplomático em público entre nossos países encoraja os adversários de Israel.”

Ele também se referiu claramente a Jerusalém como “capital de Israel”, algo que os integrantes do governo Obama, de acordo com décadas de política americana oficial, não fazem, porque os palestinos também veem a cidade como futura capital de seu esperado Estado. A fala provocou aplausos em pé de algumas pessoas na plateia.

A visita, a quarta de Romney a Israel, coincidiu com o dia solene de jejum de Tisha B’av, que marca a destruição do Primeiro e do Segundo Templo. Entre os encontros com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o presidente Shimon Peres e o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Salam Fayyad, Romney e sua mulher, Ann, juntamente com vários doadores, fizeram uma peregrinação até o Muro das Lamentações, o local mais sagrado do judaísmo e um símbolo central do feriado.

Ao lado do rabino chefe no muro, Romney, usando um quipá preto aveludado, recebeu o Salmo 121 --“Eis que não tosquenejará nem dormirá o guarda de Israel”-- e posteriormente inseriu um bilhete de oração em uma fresta entre as pedras, como é a tradição (assessores de campanha se recusaram a revelar seu conteúdo).

A cena mais parecia a de um comício de campanha do que um local solene de oração. Mulheres subiam nas cadeiras para espiar por sobre a cerca que as separa dos homens, muitas das quais aplaudiam e acenavam durante a passagem do candidato e sua comitiva; pessoas que de fato oravam foram empurradas para trás enquanto seguranças isolavam um espaço para o candidato.

“Jerusalém, a capital de Israel”, gritou um homem. “Derrote Obama, governador!” disse outro.

Quem guiou Romney até o muro foi J. Philip Rosen, um advogado de Manhattan que tem casa em Jerusalém e ajudou a organizar um evento de arrecadação de fundos, custando US$ 50 mil por casal, que ocorreu na manhã de segunda-feira.

Entre aqueles que vieram para cá para o evento estavam o magnata de cassinos, Sheldon Adelson, que prometeu gastar US$ 100 milhões neste período de campanha eleitoral para derrotar Obama e usava um alfinete de lapela dizendo “Romney” em hebraico; Cheryl Halpern, uma republicana de Nova Jersey e defensora de Israel; Woody Johnson, dono do New York Jets; John Miller, presidente-executivo da National Beef Packing Company; John Rakolta, um empreendedor imobiliário de Detroit que liderou o comitê financeiro da candidatura de Romney à presidência em 2008; L.E. Simmons, o proprietário texano de uma empresa de private equity com laços com a indústria do petróleo; Paul Singer, fundador de um fundo hedge de US$ 20 bilhões; e Eric Tanenblatt, um arrecadador de fundos para Romney em Atlanta que nunca tinha visitado Israel. Scott Romney, o irmão do governador, e Spencer Zwick, seu tesoureiro nacional, também estavam presentes.

Eles forem recebidos no opulento King David Hotel aqui na noite de sábado com cestas de presentes que incluíam quipás brancos, muitos deles usados no Muro das Lamentações, e barras de chocolate israelense feitas com Pop Rocks. Alguns passaram a noite de domingo fazendo turismo por Jerusalém, enquanto outros observaram o jejum; após o discurso, Sander Gerber, um financista de fundo hedge, e Rosen estavam entre aqueles que fizeram um miniyan (quorum de dez pessoas) improvisado para o serviço religioso da noite, ficando entre filas de bandeiras americanas e israelenses alternadas com vista para a Cidade Velha.

Como têm feito há meses, Romney e seus assessores reforçaram seu relacionamento com Netanyahu, com quem ele trabalhou nos anos 70 no Boston Consulting Group. Além da reunião deles na manhã, os dois homens e suas mulheres fizeram juntos o jantar pós-jejum na casa de Netanyahu.

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