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terça-feira, 21 de maio de 2013

Impotência e indiferença diante da barbárie na Síria


A tragédia síria entrou em seu terceiro ano. Ela vai continuar, talvez por ainda mais anos. Com quase 100 mil mortos, ela já consta como um dos conflitos mais sangrentos que a região já viveu.

Mas não há ninguém decidido a contê-la, nem mesmo a tentar seriamente. É a marca deste início de século 21: a impotência de um mundo multipolar.

Traumatizados pela sua experiência desastrosa no Iraque, os Estados Unidos estão na retaguarda. Eles estão saindo do Oriente Médio, dizem ter avaliado as limitações de sua ferramenta militar. E eles sabem que sua influência político-diplomática não é mais o que era antes.

O presidente Vladimir Putin zomba abertamente de Washington. No momento em que ele alega querer ajudar uma solução negociada, ele entrega a Damasco armas mais sofisticadas. A Rússia vai fornecer ao regime de Bashar al-Assad mísseis solo-ar que poderiam tornar impossível a criação de uma zona de proteção aérea acima do território sírio. Desde o início do conflito, em março de 2011, Moscou apoiou militarmente seu aliado sírio de forma contínua. A Rússia não está em posição de observação ou de mediação: está ativamente engajada.

A China é indiferente e a Europa, como tal, não conta. Por fim, os países emergentes do Sul, potências em ascensão neste início de século, estão amplamente ao lado do regime sírio. Países como a África do Sul, a Indonésia, o Brasil, rebeldes à ideia de ingerência nos assuntos de um país soberano, são contra tudo que lembre uma "mudança de regime" à força.

Ou seja: não há muito o que esperar da conferência internacional sobre a Síria que americanos e russos querem reunir em Genebra, no mês de junho. Seria mais uma gesticulação, no caso a máscara da impotência (para os Estados Unidos), da hipocrisia (para a Rússia) e da inexistência (para a Europa).

A guerra está assumindo o perfil desejado por Bashar al-Assad: um confronto religioso, nacional e regional. Seus amigos iranianos reorganizaram seu exército: seu aliado libanês, o Hezbollah, lhe enviou milhares de combatentes; por fim, seus novos parceiros no poder no Iraque estão facilitando seu abastecimento em armas. É o campo xiita.

Do outro lado, como porta-bandeiras do campo sunita - o braço majoritário do islamismo - a Arábia Saudita e o Qatar apoiam uma rebelião dividida, desorganizada e sem recursos diante de um adversário que tem o monopólio das armas pesadas: aviões, blindados, artilharia.

Em uma situação assimétrica como essa, não é de se espantar que a rebelião tenha deixado se infiltrar por grupos jihadistas dos mais radicais. A atenção midiática recentemente recaiu sobre seus muitos abusos. Isso permitiu ocultar os massacres perpetrados no início de maio pelo regime, na cidade de Baniyas.

E assim prossegue a destruição de um país e de cidades seculares, enquanto se perpetua uma imensa tragédia humanitária. Não é possível admitir que era inevitável.

3 comentários:

  1. que bom que a Russia esta ao lado do governo Sírio, caso contrario, ele já teria caído

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  2. A Siria é problemas dos sirios...sds.

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  3. Como foi mesmo que começou a luta armada na Síria? Quem armou esses grupos de marcenários? Por quais fronteiras entram as armas para os mercenários estrangeiros? Quem paga os mercenários? Quais os países que sustentam essas matanças dos mercenários? E esses países são exemplos de democracia para exigirem do Assad DEMOCRACIA? Os EUA impotentes? Como? Parece que (EUA)levaram uma decisão da Rússia, porque o que aconteceu na Sérvia, Líbia, Iraq, Palestina, Georgia, anti-mísseis, ... etc já passaram da conta e passou a ser afronta. Ah sim europa! Tá dura, basta ler a outra notícia da OTAN que esta já está na bola 6 (rosa). Enfim, mais uma vez o ocidente não consegue vitória nemhuma e faz docinho para negociar mais uma derrota como no Vietnã, Laos, Cambodja, Líbano, Iraq, Afg, ... ah! e ainda se meteram no Mali com cara de salvadores da pátria. É so desastre, e não aprendem nada.

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