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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Raúl Castro não tem a inteligência nem a popularidade do irmão Fidel, diz ex-guarda-costas

"Raúl Castro não tem nem a inteligência, nem a popularidade de seu irmão mais velho Fidel; ele é mais repressor e não hesitaria em usar a força para conter uma rebelião popular, nem em colocar seus tanques na rua". O autor dessas declarações conhece bem os dois irmãos Castro, pois ele foi guarda-costas do Líder Máximo durante 17 anos. Juan Reinaldo Sánchez tinha a patente de tenente-coronel no ministério cubano do Interior. Ele publicou em maio suas confidências, intituladas "A vida secreta de Fidel".

Sánchez, que hoje mora nos Estados Unidos depois de ter passado dois anos preso em Cuba, espera que a morte de Fidel Castro, que completou 88 anos no dia 13 de agosto, permita uma transição pacífica. "No entanto, em caso de revolta social, as forças armadas vão se dividir: os generais e os oficiais superiores apoiarão os velhos comunistas; os jovens oficiais se juntarão ao povo e à oposição, pois eles querem uma mudança radical", disse ele ao "Le Monde".

Para ele, a morte de Fidel Castro enfraqueceria seu irmão, que nunca teve autonomia à frente do Ministério das Forças Armadas. "Eu vi como Raúl apresentava os novos uniformes das forças armadas a Fidel para obter seu consentimento prévio."

Se o general Raúl Castro, que acaba de completar 83 anos, morresse antes de seu irmão mais velho, todos os prognósticos mudariam drasticamente. "O novo vice-presidente, Miguel Diaz Canel, 54, que deve assumir o seu lugar em 2018, é uma figura decorativa", acredita Sánchez. "A velha guarda castrista vai lhe perguntar: o que você fez pela Revolução? Ele não terá autoridade."

O poder econômico, além do político, está nas mãos da cúpula militar. "Não vejo nenhum oficial capaz de dirigir Cuba", acredita Sánchez. A repressão é apanágio do Ministério do Interior, sobretudo da Segurança do Estado, a polícia secreta. O Exército tem uma reputação melhor.

Mas, segundo Sánchez, não existe diferença de mentalidade entre as duas forças. "A cúpula das forças armadas é dominada pelo setor paralelo da contrainteligência militar. Desobedecer a uma ordem é se expor na hora à prisão, ou até à execução."

O trauma do expurgo de 1989
O expurgo de 1989, que resultou na execução do general Arnaldo Ochoa e de outros militares e na prisão de oficiais, continuou sendo um trauma para os militares que tiveram de engolir a versão oficial sobre tráficos supostamente conduzidos por Ochoa pelas costas dos irmãos Castro. "Posso dizer que isso é uma completa mentira", explica o ex-membro da guarda pessoal de Fidel.

Têm circulado especulações sobre a continuidade da sucessão dinástica inaugurada pela passagem de bastão entre os dois irmãos. A filha de Raúl, Mariela Castro Espin, uma figura midiática, entrou na Assembleia Nacional. Seu filho, o coronel Alejandro Castro Espin, especialista em inteligência, coordena o Ministério do Interior e o das Forças Armadas, além de conduzir as investigações sobre corrupção. Já o genro de Raúl Castro, Luís Alberto Rodríguez Lopez-Callejas, à frente do setor econômico dirigido pelo Exército, acaba de ser promovido a general.

Os filhos de Fidel Castro parecem mais preocupados em aproveitar a vida. Contudo, a profissionalização do esporte nacional, o beisebol, conduzida por Antonio Castro, poderá gerar grandes lucros e favorecer uma "diplomacia da bola" com os Estados Unidos.

Sánchez, que conhece as duas famílias, prefere apostar em uma volta de Fidel Castro Díaz-Balart, o "Fidelito", anulado pelo seu pai, mas protegido por seu tio. "Ele tem a inteligência e a experiência internacional que faltam a Raúl", diz o ex-guarda-costas.

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